domingo, 8 de janeiro de 2012

A Pizza Portuguesa e o Fim do Mundo


Voltando do estágio, paro na banca de jornal e vejo a notícia: “Coréia do Norte ataca EUA com Ogiva nuclear”. Ligo para alguns colegas soldados e pergunto se é verdade, eles não respondem. Dois dias depois os mercados financeiros entram em um colapso e as bolsas caem em todos os países. Os governantes pedem calma, lugares que já eram precários, entram em estado de calamidade pública.


Os EUA, em resposta, decretam guerra a Coréia.  Logo Haeju- P'yŏngyang e Manpo são atingidas por bombas e varridas do país, em conseqüência a ONU se reúne, e dois blocos se dividem entre aliados e inimigos. Convocações começam no Brasil.

Na América latina, mercados e lojas começam a ser saqueados, a crise no pagamento dos funcionários públicos deixa o Chile sem Luz. A Europa se prepara para um ataque em massa, e o Irã declara que também pode usar suas ogivas nucleares se necessário.

Em nova York morrem três milhões de pessoas, vítimas de envenenamento. Um atentado da AL Qaeda, que aproveitava a fragilidade americana. Empresas que tinham investimentos na bolsa de valores decretam falência e multiplica-se o numero de desempregados no país.

Aliados começam a ser atacados com bombas, o Irá declara apoio a Coréia do Norte, e a Coréia do Sul é dizimada em dois ataques. As pessoas começam a fugir para montanhas e encostas, as cidades começam a ficar abandonadas. Aeroportos e portos são destruídos, qualquer tipo de comercio ou navegação fica obstruído. As casas começam a ser invadidas, não só no Brasil, mas em todos os lugares do mundo. Estupros e violência não conseguem mais ser registrados.

Pego o pessoal de casa, saímos de São Paulo e subimos para Minas, a Casa do tio Alberto é bem no meio do mato, logo a melhor solução para minha namorada e irmãs. Pego alguns cachorros e coloco no sitio. Aproveitando um saque a um supermercado de Belo Horizonte eu e meu primo pegamos mantimentos. Chegando a casa, começamos a cavar... Faríamos um bunker em baixo do solo do sitio.

As emissoras de tv começam a ser destruídas, ouvimos noticias de São Paulo por uma rádio pirata. As capitais brasileiras estão em caos, e no mundo algumas já não existem. Suicídios em massa no Japão e Tailândia assustam o resto da população.

Saímos mais uma vez, deixamos nosso tio armado no sitio, e as meninas escondidas no bunker, teríamos de juntar o máximo de alimento possível. Conseguimos alguns frangos de uma fazenda abandonada próxima, pegamos alguns litros de água e voltamos. Ficamos ali durante duas semanas.

Sabíamos que seria impossível viver naquele local durante muito tempo, mas o clima não era o ideal para viagens. O presidente dos EUA é assassinado. As estradas são tomadas por selvagens, que matam os pequenos grupos que se formam para proteger as pessoas que entram em conflito com o exército. Milhões de pessoas morrem no país.

Olhamos o morro e vemos uma multidão subindo a encosta, com facas e martelos em mãos,quando notei que vinham em direção ao sítio,começo a distribuir armas entre meus parentes, e me desespero. 

Quando o primeiro pula o cercado, dou-lhe um tiro na boca, e depois outro... eles se afastam. Logo alguém com uma tocha incendeia uma parte da casa. Digo para alguns primos descerem, que ficaria ali com a arma até todo mundo correr, mas algo me chama a atenção. Uma coisa imensa cai a uns quatro quilômetros dali.

 Vejo um fogo meio acinzentado cobrir a região e alguns cachorros e pessoas sendo desintegrados. Os caras que invadiram o sítio começam a correr, mas não adiantava. A luz chegava muito rápido, fechei meus olhos e senti um calor insuportável. Olhei para trás, mas...



Acordo ofegante. Levanto tomo um copo de água. A gripe ainda não tinha passado, eu estava encharcado de suor. Olho para fora e está um dia lindo de Sol. A vizinha chata com o mesmo cd do Michél Teló. Nada tinha mudado.

Fiquei pensando que realmente uma série de fatores em cadeia poderia destruir o planeta, e ao olhar aquele dia tão lindo, pensei em quanta coisa não valorizamos como família, amigos, natureza. Vida.

Mais de todos os pensamentos ali, uma precaução que deveria sempre tomar: Nunca mais comer pizza portuguesa antes de dormir.

Nunca.