domingo, 19 de dezembro de 2010

Encerramento da série “H.P.B”





Olá meus amigos que acompanham as aventuras descritas neste blog, onde continuamos a entreter, trazendo o melhor da vida real pra vocês. Primeiramente gostaríamos de nos desculpar pela ausência neste período de Dezembro, pois, como é fim de ano, universitários que aderem ao método “Jack Bauer” (tudo em 24 horas) como eu a Barbara e o Junior, ficamos presos a grande quantidade de trabalhos e provas exigidos pela faculdade, fato que ocasionou certo lapso de tempo entre as postagens, mas agora voltamos com força total, então não se preocupem mais, estamos de volta e com gana de escrever.

O motivo desta postagem é simplesmente um agradecimento, isso significa agradecer pelas 480 postagens e mais 2.523 visualizações, da serie H.P.B, que começou no mês de Agosto e termina aqui ,em Dezembro.Para blogueiros experientes, esses números para uma série de três meses, com 12 postagens,significa uma quantidade razoável de pessoas que curtem nossos textos, e isso,é nosso objetivo, pois tudo que esta aqui, é simplesmente uma identificação das pessoas, que através de suas experiências, tornam nossa vida mais rica, e mais significativa. Obrigado pelo carinho, pela atenção,e até pelas criticas, que fazem desta pagina , algo bom para se ler.
2011 vai ser total nas Crônicas, temos um novo projeto que promete tornar este blog um dos mais conhecidos de São Paulo, e talvez do Brasil. Preparem seus corações para a nova série, “Hospede noturno” que começa em Janeiro. Quem perder vai com certeza se arrepender.

Peço que não mandem mais textos para o jasonburnewebb@gmail, que anda meio sobrecarregado, podem mandar para o nosso novo e-mail : vonserran@gmail.com que com certeza vamos ler esse pedaço da sua história, e talvez transformar em crônica.

Um forte abraço e até a próxima postagem.

Victor Von Serran

sábado, 4 de dezembro de 2010

Série H.P.B - Tais (O guru virtual )

Estava eu trabalhando no antigo trampo, quando não mais que de repente meu supervisor entra na nossa sala todo afobado e nos apresenta um tal de Pedro – o guru virtual. A brincadeira é velha para alguns, mas nenhuma de nós o conhecia, até então.

É um site no qual você faz perguntas ao Pedro e ele responde, até perguntas pessoais. O super fez algumas perguntas e “estranhamente” ele respondeu. Sabíamos que tinha algum esquema naquilo. Quando cheguei em casa, a primeira coisa que fiz foi consultar o todo poderoso Google (desculpa, mas mais poderoso que o Pedro).

Eis a resposta do mistério, o Pedro não passa de um código que você mesmo faz no teclado do computador. Achei master engraçado, me senti o Serginho Malandro afeminado e fui aplicar a piadinha.

Primeira vítima: meu irmão. Baixei a Fernanda Montenegro e fiz um belo papel de “nossa, descobri algo incrível”. Fui fazer a graça no notebook, teclado menor do que estou acostumada – me atrapalhei toda na hora de por o código, logo, ele sacou tudo. Depois disso o Zé graça foi fazer a primeira vítima dele: minha cunhada. Eles fizeram algumas perguntas e o Pedro “respondeu”. Ela relutou, disse que era mentira, que tinha alguém de casa (no caso eu) digitando, mas no fim acabou acreditando.

Dias depois durante o café ela me pergunta: “Você conhece o Pedro?”! Eu já tinha até esquecido dessa brincadeira, mas eu e meu irmão nos comunicamos por telepatia e demos continuidade à brincadeira. Fingi que não conhecia e meu irmão foi me “apresentar” o Pedrão. Banquei a Fernanda Montenegro e fiz uma de “nossa, que coisa incrível você descobriu”.

Então, num daqueles almoços de domingo em que a família toda está reunida, lá vai nós consultar o Pedro novamente. Mas dessa vez a brincadeira ficou alarmante, tinha muita gente, fizeram muitas perguntas, abordaram vários temas, e como nós conhecíamos todos ali foi fácil inventar as respostas.

O Pedro ganhou notoriedade e passou a ser conhecido além das barreiras lá de casa. Os parentes de outra cidade queriam consultá-lo, os vizinhos me ligavam pedindo para eu ensinar fazer o Pedro responder, a minha mãe me pedia para perguntar os números da mega-sena e até conselhos amorosos. Isso durou meses, eu e meu irmão já estávamos de saco cheio dessa amolação.

Eis que numa manhã, a minha cunhada disse que iria perguntar algo ao Pedro, meu irmão não agüentou mais a pressão e contou a verdade. Sinto dizer que o Pedro quase foi motivo de uma separação conjugal. Minha cunhada ficou muito puuuuta com a gente. Todos tinham realmente acreditado na brincadeira.

Essa revelação ocorreu quase no Natal de 2009 e como de costume nessa data reunimos toda família na casa da tia. Então que durante o café do dia 25, momento propício e fraterno, nos obrigaram a contar a verdade coletivamente.

Quase fomos linchados por toda família, sonhos e decisões tinham sido determinados pelas dicas do Pedro. Foi uma puta mancada não ter falado a real naquele domingo, mas a gente sempre esquecia de por um fim. Rimos muito, tudo bem, nossa credibilidade ficou prejudicada, mas temos mais uma história para contar para os nossos netinhos.



um texto de Thais oliveira.




Até a próxima postagem.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Série - H.P.B - Daniel

Sinceramente? Eu acredito sim em destino, e acredito que tem que coisas acontecem por um simples capricho , acontecimentos ruins ou coisas boas que aparecem na nossa vida, para nos nutrir de esperança e forças. Quando as coisas não são boas, por um breve momento, uma nostalgia  nos consome e nos faz lembrar das coisas lindas e maravilhosas que possam ter acontecido conosco.



Não sei se a história que conto aqui fará com que vocês se identifiquem, sintam-se indiferentes a ela, ou apenas servirá para te distrair como todas essas outras deste blog, mas enfim, começa mais ou menos assim...



Aquela menina sempre me encantou, e o estranho é que ela é o oposto de mim, mas isso não me fez deixar de gostar, e de me apaixonar. Nunca nos falamos direito, desde quando ela se mudou aqui para o condomínio. Mas ironicamente, o tal do destino fez com que tudo mudasse, e começamos a nos falar, depois disso ela me encantou ainda mais, justamente por ser o oposto de mim, oque para minha surpresa se revelou em uma recíproca  verdadeira. A partir desse momento, todas as coisas que eu sempre idealizei como perfeitas, estavam acontecendo.



Sabe quando você só quer ver um único sorriso, uma única pessoa? Então, era assim que eu estava me sentindo, mas como nunca tive (e acho que ainda não tenho) coragem de contar isso para ela ou para qualquer outra pessoa, então guardei comigo isso, com a vontade de poder contar algum dia.



As coisas foram acontecendo, nos envolvemos , e mesmo que eu não contasse nada para ela, o que eu mais queria aconteceu. Ficamos. Lembro-me de tudo, lembro-me daqule dia de chuva em 15 de Novembro de 2009, o dia em que tudo aconteceu, a lembrança mais especial que tenho. A menina mais incrível, a mais especial.  Me lembro de uma das coisas que ela me disse naquele dia, acho que para vocês não diz nada, mas para mim, diz muito. Ela me disse: “Sabia que você me encantou, Dani, muito mesmo?". Não tem nada demais nessa fala, mas tem uma grande importância para mim, que não saberei expressar aqui para vocês.



Depois de um tempo, terminamos, não sei se por infantilidade minha ou insegurança, e isso até hoje me incomoda muito, me incomoda porque, com ela, vivi o ápice de um sentimento que classifico como amor. Não! Nós não transamos, e isso de longe me deixa arrependido de não ter feito. Sinto uma tristeza absurda por não ter tido uma atitude diferente com ela, não fiz nada de errado, nada que um homem se envergonhasse, o que me incomoda é tê-la perdido por uma falta de atitude.



Talvez não pareça claro tudo isso que eu escrevi, talvez não tenha sentido, até porque não segui nenhuma lógica de redação, escrevi com a lógica do coração, e sei lá, tem muito a ver comigo. Não tem sentido, só tem uma verdade, espero que tenha sentido para vocês.



 Um texto de Daniel Santos



até a proxima postagem



Victor Von Serran




quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Serie H.P.B -- Carlos

Era uma vez um cara chamado Carlos...


Quando chegou a São Paulo, se deparou com um mundo no qual ele já conhecia bem. Um dia depois de uma tal experiência, prometera a si , jamais voltar a morar nessa cidade, mas as oportunidades surgem e nos calam a todo instante. Sua intenção são os estudos, porém quatro anos são também uma vida... E viver na visão de Carlos é amar. Num primeiro momento, se apaixona por Ana, garota que lembra muito sua origem, desde seu jeito de menina até a simplicidade e o lado “minerês”.Em Ana tudo encanta,tanto que se sente em casa quando está do lado dela. Só que existia um empecilho, mesmo sendo outro amigo, além do empecilho(uma pessoa que não consigo odiar), um outro cara chamado José. Assim, desiludiu pela primeira vez. Sentir sua presença era importante,tanto quanto suportar um amor não correspondido. Fazemos escolhas conforme oque temos em mãos, assim nos tornaram melhores amigos.Só isso.

   O tempo passou, e Jennifer entra na história,com grandes qualidades que suprem algumas de suas carências, porém, sua inércia minou a dedicação de Carlos, fazendo com que ele se perdesse de si mesmo. Pouco tempo depois,algo aconteceu em uma festa da Faculdade em que estudam, e encontrou Regina, iniciando um curto affair. Apesar de desejar tais momentos, descobriu que não gostava dela como deveria. Nesse momento, tudo perdeu o encanto e se tornou amargo. O lance não durou duas semanas... Ele só pensava na Jennifer e isso de certo modo, prejudicou Regina. Fiel a seu coração, voltou a se dedicar à Jennifer. Poesia, flores e serenatas não foram o suficiente para conquistá-la e dominar seu coração.
   Assim, num último ato, destruiu tudo no que ele acreditava, e assim, ela decretou que a amizade iria prevalecer. Novamente, esbarrou no famoso: “Somos muito,muito amigos”. Carlos passou a questionar-se. Será que era realmente amor, e será que o amor existe?

Jennifer e Regina eram apenas distrações...

   Descobriu que era mais um carente, e nesse momento conheceu outra pessoa, Madalena, que apesar de ter todas as qualidades que ele gosta em uma garota, se mostrou pior que Jennifer. Num momento que ele já não buscava nada, apareceu outra garota que deixava transparecer no olhar a simplicidade, porém outros homens também viram isso, algo que fez até a torcida do Corinthians cair em cima dela.
   Essa garota começou a se sentir, e acabou se perdendo, ficou com um idiota e com alguns amigos dele, o pior é que escondeu isso, mesmo ele descobrindo, fingiu que não sabia de nada e ouviu suas mentiras. Não tão distante o fim, tudo voltou ao início... Hoje em dia, Carlos vê como a vida é irônica, Jennifer ficou sozinha e vive buscando oportunidades com ele, Fabiana também não encontrou pessoas de valor e cansa de dar investidas em Carlos. Além de outras garotas que vivem ficando com vários e acham que é assim que funcionam as coisas, que é só chamar o próximo da fila e pronto.

O que Carlos busca é apenas uma pessoa que se dedique, como ele, ao amor e demonstre essa dedicação. Carlos sabe que nessa história ele se apaixonou apenas por Ana, as demais ele gostou, mas não se apaixonou... O que Carlos busca é um amor incondicional e irá continuar buscando, queira as pessoas gostem ou não. Num primeiro momento, Carlos é a imagem de um oportunista, porém se você olhar direito vai ver que ele é exatamente o que você mais procura...

O VERDADEIRO AMOR...

Identifico-me tanto com esta história que às vezes penso que sou o Carlos.

Ooops! Carlos! Eu sou você!




Um texto de Carlos Magno.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Série "H.P.B" ---- Diego ----

Esta é uma história que pode ser ficção ou não. Aliás, tudo na vida pode ser ficção ou não. Pode ser fruto de uma mente atormentada ou parte de um sufoco.

Como diz o ditado tudo que é mais difícil é mais gostoso, e pior que muitas vezes acreditamos nisso. Tudo que é mais difícil traz mais dor de cabeça do que prazer. Mas é errando que se aprende, e comigo não poderia ser diferente.

Era só mais um dia de um enfadonho trabalho, voltava de um serviço externo juntamente com um senhor que trabalhava naquela empresa mais ou menos há 30 anos. Ele era casado com uma mulher do departamento de RH, com a cunhada trabalhando no financeiro. Digamos que era um escritório família. Quando deixamos o carro no estacionamento que a empresa utilizava, apareceu aquela “escultura” de vestido branco, meu, era fenomenal, apertado marcava aquelas curvas acentuadas, tinha carne , coisa que eu adoro, odeio menina magra, subia a rampa, e, junto dela um senhor e um rapaz. Eu achei que o rapaz fosse o namorado e desviei o olhar, quando de repente, meu ex-colega de trabalho começa a cumprimentá-los. Pensei: “vixe, que da hora”, mas ainda mantinha certo receio em olhar para aquela garota maravilhosa.

Passado o momento sublime, o senhor, que a partir agora chamei de caipira, e eu, fomos ao edifício que trabalhávamos. No caminho, eu perguntei a ele quem eram aquelas pessoas. Foi quando ele respondeu: “meu cunhado, meu sobrinho e minha sobrinha”. É, aquela menina era sobrinha dele e o rapaz não era o namorado. Senti uma ponta de esperança por que, mesmo tentando evitar olhar diretamente, rolou uma troca de olhares, mas logo ele cortou falando para eu me fechar que ela era casada e tinha um filho. Mesmo assim, cheguei ao escritório falando para a mulher do caipira: “nossa que sobrinha, hein?”, e sei que virei assunto de fim de semana naquela família de tanto que eu fiquei alugando o caipira e a mulher. O marido da garota do vestido branco não dava muita atenção. A garota casou nova porque engravidou, então era meio turbulento o relacionamento. Uma dica para quem ler o texto: 99% das vezes que você se envolve com alguma mulher casada as frases “me sinto carente, sozinha, abandonada, estou confusa, vou largar dele” aparecem. Mas como solteiro não tenho o que perder, com exceção da vida, então, a gente embarca.

Que barco furado eu fui me meter mais uma vez. Procurei a garota no Orkut, depois de perguntar o nome para tia, achei e pedi para adicionar com expectativa 0,5. Mandei o pedido para adicionar na segunda, e na terça quando abri minha página tinha um novo depoimento. Era ela pedindo para eu ligar, porque tinha gostado da minha pessoa. E eu liguei. Ela até chorou nesta conversa, e marcamos de nos encontrar na sexta-feira, por que o marido chifrudo iria jogar futebol. Não agüentei a ansiedade e como ela trabalhava lá perto, chamei para almoçar naquele dia. Detalhe: o marido trabalha com ela.

Acabou que beijei aqueles lábios, beijei com vontade e me contive, porque estávamos em público, pensando que o melhor viria à noite. Enganei-me! Ela me ligou, mais ou menos umas 16 horas, falando que iria conversar com o marido naquela noite e resolver tudo, falou que tinha me adorado. Mas eu não contava com a pouca inteligência dela, e que em até certo ponto, foi bom sair logo desta armadilha. Como já disse, eu era comentado na família, e a tia dela chegou a dizer para o marido dela que se ele bobeasse teria quem queria, no caso eu, e citou meu nome. A “belezura” inventa de me ligar do sítio que estava toda família em um domingo após um jogo do meu Corinthians, ligou do celular do pai e começamos a falar besteiras ao telefone e tal.

Ela se despediu e disse que depois ligava. Mas logo em seguida, toca o telefone novamente, eu, todo pintoso, pensei: “vou atender”. Quando uma voz mais grossa diz: “é Fulano?”. Fulo da vida, ameaçando-me de morte e tudo mais, respondi: “é Fulano dependendo do assunto”. No meio daquela situação, lá estava eu sendo irônico, mas com o cu na mão. Porque isso? Porque o cara me conhecia e eu não o conhecia. Eu saía todo dia do prédio que eu trabalhava olhando para todos os lados imaginando um tiro, um soco, um chute, o que fosse. Mas consegui reverter dando uma de louco com o caipira, que contornou a história. Foi um sufoco, mas foi gostoso, não posso negar. Queria ter ido chego ao sexo, pelo menos, já que minha vida quase foi para o saco, não posso negar que é frustrante. Vemos todos os dias nos jornais, notícias de rapazes que morrem “inocentes”, que eram trabalhadores. Mas em certos lugares, o talarico não sobrevive.

Apesar de que eu não acredito no conceito de talaricagem, pois insinua quase sempre que só uma parte tem culpa, porque mexeram em algo que era do outro. Primeiro, ninguém é dono de ninguém. Segundo, estas coisas não acontecem do nada, e ninguém força ninguém a nada. Logo, quando acontecem essas coisas, a culpa é dos 3 envolvidos: o cara que não dá atenção à mulher, o pilantra solteiro, no meu caso, e a mulher que precisa se satisfazer de alguma forma. Mas por favor, galera, não me venha com moralismo. Se não passou por uma destas, aguardem. E eu ainda consegui um selinho desta maravilha no dia que o Papa estava em São Paulo, na igreja de São Bento, e nunca mais. O resto é só imaginação. E não foi a primeira e nem última vez que me envolvi nestas furadas, mas fica para uma próxima história.




Um texto de Diego Galofero.

sábado, 23 de outubro de 2010

Revista OffLine Nº 20



Graças ao nosso Gênio por detrás desse blog, Victor Von Serran, e a mobilização dos alunos da FAPCOM - Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação, enviando vários e-mails e twetts para a revista, a Offline está se mobilizando para atender ao nosso pedido de termos a revista em nossa faculdade.

Revista que tem várias matérias interessantes, e serve como uma janela para nós, universitários, para que possamos mostrar o nosso trabalho, seja ele em imagens, textos, música e etc.

Nesta edição de número 20, a revista traz matérias sobre as mais variadas baladas de São Paulo, de uma forma diferenciada, onde também tivemos o nosso pedido atendido e a divulgação do blog.

Segue o link aonde os alunos e o blog foram citados:
http://yfrog.com/mydigitalizar0018j

Faça como a gente, se você quer o seu trabalho divulgado, ajudar a revista, ou até mesmo ter a revista em sua faculdade, segue o link do site da revista para maiores informações: http://www.offline.com.br/

O Site ainda está em construção, mas da para obter informações no blog deles.


Obrigado a Offline, e aguardem, melhores textos virão.

Valeu.

Até a proxima postagem!

Junior Atordoado

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Série "H.P.B" -- Bárbara--

Mundo alternativo, pessoas interessantes, na sede por um etílico, eu estava lá... Mais uma dessas pessoas  inseridas naquele mundo.

A noite de São Paulo é inspiradora! Traz nostalgias sem que nem saibamos do que sentimos falta. Traz risos, mesmo que momentâneos ou forçados e traz conversas legais com pessoas totalmente desconhecidas.


E foi em uma dessas noites alternativas, estranhas, interessantes que eu o vi.

Mas calma aí, eu não vou contar um romance.Eu sei que  isso não existe mesmo.
Não houve uma olhada intensa, nem nada que fizesse a pessoa ao meu lado estremecer, afinal, fila de balada é igual a pessoas e mais pessoas, olhares e mais olhares.

E esse “ser” ao meu lado não era ninguém que me fizesse bancar a madre, então pensei: "foda-se!"
Eu não tinha culpa por ele ter entendido minha simpatia como um: “oi amor quer sair?”.

Ele me conhecia há anos, era amigo de um ex, já deveria me conhecer pra saber que sou direta. Ai, homens...

Enfim, lá dentro eu já estava acompanhada (com o meu copo) e num lugar estratégico (a porta do bar). Eu já tinha dito qual era o meu intuito!

Gosto de observar as pessoas e,  observei também que a pessoa que deveria estar comigo, tinha me deixado. Ah, legal! Sair à dois quando não há interesse recíproco já é desconfortável, ainda mais quando o cara larga uma dama na porta de um bar sozinha com o copo não mão. Aí já é demais.

Um grupo dança, o outro conversa, na fila do banheiro, vômitos... "Onde está o desgraçado do Felipe?"

Depois de uns minutos, surge ele, e atrás dele...ELE! Pensei: "que porra de bebida é essa?"
Mas não!
Era mesmo o “tal” lá da fila!

Uma coisa na qual me destaco muito é na falta de sorte. Fato! Eles eram amigos. A-M-I-G-O-S.
Odiei-me por infinitos segundos, mas então pensei de novo: "foda-se!"

Usei minha simpatia, agora sim com a mensagem subliminar inserida, e conversamos a noite toda.
Meu amigo, coitado, sacou o clima. Mas PORRA, que hora que eu falei que estava interessada nele mesmo?

Mas depois de muitas bebidas, risos e conversas, a noite acabou. E nada, além de muita expectativas, rolou.
No outro dia, o Felipe foi em casa me contar sobre o tal “amigo-gato-da-balada”, e falou do interesse que ele, agora com o nome Julio, sentiu por mim.
Fiquei feliz, mas percebi o quanto eu magoaria aquele “filho-da-puta-iludido-do-caralho”, e disfarcei, falando que não rolaria.

Zero pontos pra mim. Sentir pena é um lixo.

O amigo do meu amigo, agora meu amigo também, sempre saí com a gente, e eu, com um cinto de castidade e ainda muito simpática, só consegui o que eu não queria: dois filhos-da-puta-iludidos-do-caralho me impedindo de dividir um olhar, uma bebida e um sorriso numa noite alternativa com alguém interessante em São Paulo.


(Texto de Barbara Romero)
até a proxima postagem.


Victor Von Serran

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Série "H.P.B" -- Anderson--





Andersom era um cara, que gostava de política.

Porem além da  política, Andersom tinha outra paixão:


-Vai curíntia !!!!!

E na festa do Centenário do timão, lá estava ele no vale do Anhangabaú,cantando as musicas,enaltecendo o time, bebendo com os amigos da fiel. Tudo era rotina, até que Andersom vê uma mulher distribuindo folhetos:


-Nossa veio, que gata!


-Essa mulher é aquela que ta se candidatando a deputada. (disse um amigo)


-Vamo lá!


Ao se aproximarem, foram abordados pela tal mulher...



-Oi meninos, posso pedir o voto de vocês?


Andersom olhava seu quadril.

Ela era pequena, mas toda delineada, bunda empinada, bem vestida.... O cheiro do perfume era forte, o rosto de menina, apesar de algumas ruguinhas, que denunciavam uma certa idade.
Imaginou-se lendo o  kama sutra, assistindo a nove semanas e meia de amor, instinto selvagem, bonitinha mais ordinária... Só tinha certeza de uma coisa.
O homem é dominado pelo seu instinto.


-Só dou meu voto se você me der um beijo!


E neste momento, o silencio predominava.
Era como se todo o vale do Anhangabaú estivesse olhando para os dois,esperando uma resposta dela. Todos ao redor ficaram atentos,e naquele  momento, até a torcida do Corinthians esqueceu o time...


Então em um acesso de raiva a deputada empurra Anderson e diz:


-Ta louco menino? Pedir beijo pra mim... Tenho mais de 35, vai procurar alguém da sua idade!

Andersom pensou, olhou ao redor e com toda calma do mundo disse:




-Beleza, pede pra alguém da sua idade votar em você então.......







Até a próxima postagem


Victor Von Serran

domingo, 26 de setembro de 2010

Série "H.P.B" --Tamires--


Era 12 de junho, trocamos presentes.

Com pouco mais de um mês de namoro, (contando os 23 dias que ele esteve fora) parecíamos um casal que namorava há anos. Já estava tudo meio morno,cinza,sem gosto.
Na semana seguinte, domingo à tarde, ele me buscou em casa. Elogiou minha roupa como de costume,me deu um beijo ,também menos caloroso,como ultimamente de costume,e ficamos calados.....como nunca houve de costume.

 Se eu sentia que as coisas já estavam meio mornas e sem gosto naquele momento senti como se tivesse bebido uma golada de café frio e amargo, porém, estava bem, era como se eu soubesse oque estava por vir. ele só tinha me dado um beijo naquele dia.
Ao me deixar em casa, parou um pouco antes do meu portão, dizendo a seguinte frase:

-Precisamos conversar.......

Comecei a me lembrar dos bilhetes, da maneira que te conheci, de todas as promessas, de como você cantava Crash Test Dummies, e do jeito que você me olhava quando ia embora....

Então minha mente voltou aquele momento no carro.
Não é necessario ser uma expert em relacionamentos pra saber oque aquela frase significava,tirei o cinto de segurança e me virei,dei um leve sorriso, olhei nos olhos e disse:

-Pode falar.

-Eu só queria que você soubesse, que em momento algum eu quis te magoar...... durante a viagem que fiz ,eu pensei muito na minha vida,nas minhas prioridades,e...

 Antes que ele continuasse, interrompi :“eu sei.... não precisa se explicar." 

Dei aquele sorriso de pessoa mais compreensiva do mundo.Ele ficou satisfeito com a minha reação,e disse que apesar de tão nova,fui muito mais madura que todas as ex namoradas que havia tido (só pra lembrar,a última destruiu o apartamento).

Continuamos a conversa, que fluía melhor, agora que ele estava aliviado por ter se livrado de mim,mas prometemos que não nos odiaríamos,terminamos sem grandes emoções.... Ele foi embora,entrei sem olhar pra trás.Dentro de casa ao olhar no espelho do banheiro,disse a mim mesma....menos um Tamires.

Eu não morreria por isso, mas oque me deixa irritada é o fato de eu estar quietinha na minha, ai me aparece o cara, eu ignoro, ele insiste, me chama pra sair, me apresenta para os amigos, pra família, me pede em namoro, e depois um dia chega e diz “sabe, eu andei pensando” ahh faça-me o favor... mesmo eu não estando mega apaixonada eu pensei que poderia dar certo.

Bem um pensamento me consolava, na verdade eu não fui à única iludida... pelo menos com o próximo depois de umas semanas de desilusão,talvez ........

Eu não precisasse fingir mais orgasmos.....e isso soava de certo como um alivio.
......................................

Até a próxima postagem

Victor Von Serran




















domingo, 12 de setembro de 2010

Série "H.P.B" Pedro





Andar na tempestade pode ser perigoso, principalmente quando o vento está com aquele aspecto de ”vou destruir esse planeta”, e os relâmpagos caem a poucos metros de você. Se eu estivesse bem, provavelmente já teria corrido e me protegido em algum lugar, mas como aquela frase não saia da minha cabeça, não conseguia pensar mais em nada:

"Você é um dos meus melhores amigos!"

Todo mundo fica contente quando ouve algo assim de alguém, é sinal de respeito e admiração, que a pessoa é muito estimada e tal...

Mas eu não queria ouvir aquilo. Não de você.

No dia que você comprou aquele biscoito e me deu, eu fiquei tão contente. Eu pensei: "nossa, ela lembrou de mim", achei repentino, mas me senti bem com aquilo, me senti alguém importante pra ela.
Mesmo naquela época, eu só era mais um caçador, eu só queria contar garotas, porque para nós existe um código:

“pegar todas, todas as possíveis, e até as impossíveis se houver condição”. Mas com qualidade, é claro.

Aí, vem o Lucas e diz:

- Velho, tá muito na cara!
- Eu?
- É velho, tá escrito na sua testa.

O Lucas tinha razão... eu estava loucamente apaixonado pela garota do cabelo curto.

- E agora o que eu faço?
- Chega junto logo que depois que vira amigo, djow, já era!!! Disse Lucas.
- Tem razão...Vou agora!
- Ta louco? Deixa eu sondar pra você primeiro e depois você chega... Só pra garantir.
- Beleza então.

O Lucas era mais velho, 9 anos de diferença. Era o tipo de cara que sabia inventar um jeito legal de fazer as coisas, e do jeito que ele armou, eu admito que nem eu saberia se era pesquisa ou não. Ela falou de mim pra ele, e quando ele voltou pude ver em seus olhos uma resposta quase certa:

- Nem vai Pedro, é bota certa, ela já te considera como amigo...

Acreditei nele, porém, uma parte de mim dizia que ainda dava... O tempo passou.
A esperança é a última que morre.

Então, um dia nos reunimos no bar.
Cerveja e conversa fiada, tudo de que se precisa um universitário. Nos divertimos muito, até eu perceber uma coisa...

Nem você e nem o Rafael estavam na mesa.
Mas chegaram juntos depois...

O Lucas me olhava, e como se respondesse olhei pra ele na nossa famosa telepatia.
”É velho, já vi o que tá rolando”.



Fomos embora, eu estava arrasado, mas ninguém, além do Lucas sabia disso. Apesar de tudo, eu sou o tipo que sempre mantém a cabeça erguida.

Passou um tempo...



Ainda sinto um certo aperto quando vejo os dois abraçados, mas o Rafael é um cara tão legal que nem dá pra sentir nada de mesquinho. Eu sei que mesmo ele não poderia oferecer  a você o que eu estava proposto a oferecer, mas nem toda história tem final feliz. No caso, a minha história não teve.

Resolvi me focar nos estudos, no semestre passado não estudei como devia, e estava disposto a estudar com afinco dessa vez, eu tinha novos amigos e mais 3 anos de aventuras pra viver. Eu consigo superar... Sempre consigo.


Lembrei de uma pessoa do passado, alguém que gostava muito de mim.
No ano passado, eu a fiz  sofrer, e hoje, quem sofre sou eu, e o círculo se fecha...

Mas a vida é assim, você chora, dá risada, fica feliz, ganha e às vezes, perde.
Se a vida não fosse assim, não teria graça nenhuma.




Ainda está chovendo pra caralho. Tô com os pés cheios de água.

Entrei no shopping, minha meia tava molhada demais até pra um cara desiludido. Tinha uma menina na porta de uma loja que eu conhecia, mas não a via a um bom tempo, ela me viu, e abriu um sorriso lindo.

Retribui...
Ela estava linda, tinha mudado muito.

Acho que Deus sempre te dá uma mão pra você continuar seu caminho... que mão legal.

Amanhã passo na loja pra gastar algum dinheiro... Eu devo estar precisando de algo lá pra casa, com certeza...
só não sei o que é.



Por Junior Atordoado

domingo, 5 de setembro de 2010

Série "H.P.B" --- Patrícia ---


Vinícius tinha deixado a mala no embarque
caminhou sentido a plataforma subiu a escada e antes de embarcar olhou pra trás mais uma vez.
Sentou-se confortavelmente na cadeira reclinável, uma segunda aeromoça sempre retornava para perguntar se estava à vontade. Com um leve aceno, apenas agradecia.


Sentiu o avião mexer, lembrava-se do tempo em que tinha medo de voar, os traumas causados por outras viagens turbulentas já eram coisa do passado. Lembrou-se da carta, tirou-a do bolso. Logo, o perfume dela se espalhou por todo o ambiente.
Espantou-se com a quantidade de anotações e começou a ler com afinco...

Sorria.

São Paulo, 21 de julho de 2007.

Oi,


Passei na sua casa, os vizinhos me disseram que você já havia partido.
Liguei para o Alberto e ele me falou que antes de chegar em Roma, você passaria em Milão para um congresso. Então, pedi para que lhe entregasse esta carta.
No fundo, eu sempre quis que você entendesse como me sentia, mas acho que minha maior fraqueza foi não saber como falar.

Quando você chegou à sala, sinceramente eu mal te olhava, seu abdômen não ajudava muito, e espero que você concorde que nunca foi do tipo “bonitinho” para ninguém. Fora isso, desde criança, todas as pessoas interessantes que eu conhecia e gostava, se não tivessem o padrão estético vigente, eram criticadas pelas pessoas a meu redor. Quantas vezes ouvi comentários como: "nossa,ela tão linda com esse cara feio e estranho!"

Ouvia isso de amigos, e às vezes até de familiares. Acabei me tornando seletiva...

Acho que com o tempo, todas essas pessoas começam a moldar atitudes em outras pessoas, elas criam uma expectativa tão grande em cima de alguém que consideram como “bonita” que acabam por definir gostos e gêneros. Sempre andei com as pessoas mais belas na minha sala, talvez quisesse andar com mais alguém diferente, só que era tarde para algumas mudanças. Isso vigorou no primário, no ensino médio e inevitavelmente na faculdade.
Apesar de se renovarem as turmas todo ano, onde existiam as "populares", lá estava eu no meio.

Mas foi nessa época que você começou a aparecer...

Era estranho notar as atenções se desviando. Que você era um aluno brilhante, todo mundo percebia, por causa dos elogios dos professores, mas o grande mistério que se fazia a sua volta, era porque aquele monte de veteranas o procuravam na classe. Isso por si, não satisfazia as populares, e como minhas amigas, te classifiquei como não apropriado, ou seja, feio pra mim, mesmo com todo aquele talento e charme.

Foi quando o professor Franco fez o sorteio dos nomes para o trabalho do segundo bimestre, e vi que nossos nomes saíram na mesma lista.

Fiquei um pouco chateada, com o fato de minhas amigas saírem quase todas no mesmo grupo, e eu em um grupo diferente, porém o trabalho estava em cima da hora, e eu não tinha tempo para reclamar.
Combinamos todos para nos encontrar na biblioteca, mas como você sabe, só nos dois comparecemos.

Era engraçado pensar na gente estudando junto, éramos “quase” inimigos na sala, mas logo cedi aos seus argumentos brilhantes e fizemos o trabalho a sua maneira. O melhor foi ver a nota depois, e saber que ela estava bem acima dos outros grupos, e mais que isso, foi um divisor de águas na nossa comunicação, que melhorou muito.
Você não era tão chato como eu imaginava, aliá era interessantíssimo.

Quando as “populares” perceberam nosso encurtamento, começaram a perguntar sobre as mudanças de comportamento:

- Tá de olho nele? Naquele cara?

Eu logo negava, dizendo apenas ser por causa dos trabalhos. Imagina se eu, a super gostosa ia gostar de alguém daquele tipo, mas ali naquele momento, nem eu mais já sabia o que estava sentindo.
Era bizarro, eu me pegava te olhando sem querer o tempo todo.

Logo, começou o jogo de olhares. Quando eu te olhava no pátio, pegava você olhando pra mim e vice versa. Aquilo começava a me incomodar e ao mesmo tempo me agradar. Comecei a ter sonhos eróticos e românticos, olhava o horário que você costumava chegar, e saía dando uma desculpa imbecíl.
Todos esses pensamentos só iam crescendo, junto com o conflito de começar a gostar de um cara tão estranho e “feio”, na opinião das minhas amigas também.



Então naquele dia da saída, quando você me tocou no ombro, dizendo querer falar sobre outros trabalhos que podíamos fazer juntos, eu entrei em pânico. Tudo que eu queria era que não percebesse o quanto eu já estava apaixonada, mas acredito que foi muito fácil  perceber.
A Márcia percebeu também (talvez foi a única que não acreditou em mim) e armou, convidando eu e você para o aniversario dela, lógico, que sem o meu consentimento.
A Márcia já tinha sido uma popular no passado, porém parece ter atingido a maturidade mais cedo, era do tipo de pessoa que não se importava mais com os rituais escolares, e tinha uma percepção única do que rolava na facul.

Passou-se um mês... e então chegou o tão esperado dia da festa.

Logo que cheguei, tentei procurá-lo discretamente, como se a intuição fosse mais forte do que qualquer indagação de qualquer pessoa que você não estivesse, e lá estava você...

Pela primeira vez, já não te achava tão feio, aliás, estava muito bem vestido, comecei a me perguntar se era porque eu estava gostando ou se estava apresentável de verdade mesmo.
Bem, não importava, eu continuava lutando contra esse sentimento, eu estava disposta a não ficar com você.

Procurei um lugar calmo onde pudesse me esconder para não te encontrar, subi as escadas e entrei no quarto dos pais dela. Parecia ser ideal.



Para meu desespero a porta abriu e era você, comecei a tremer...

Pensei alto: “Márcia filha da puta...”



Perguntei:

- O que foi?

- Quero conversar com você, você disse.

- Sobre?

- Sobre nós.

- Nós o que?

- Você sabe...

- Não, não sei não...

Você caminhou na minha direção, tentei me esconder nos móveis, e como já deve ter lembrado, ameacei até gritar, porém com um puxão, já fiquei toda mole e simplesmente parei de reagir.

Beijamos-nos...

No começo eu tentava te afastar, mas ia ficando cada vez mais mole, mais mole, mais mole... e de repente, quem estava te apertando era eu.

Era um beijo selvagem, segurado... tirei sua camisa e logo senti suas mãos em mim. Era como se fosse mais um dos meus sonhos, enquanto me tocava por inteira me senti a pessoa mais feliz daquele lugar. Em 7 anos de namoro, com nenhum namorado eu tinha sentido aquilo.




Lembro que fizemos amor até acabar o fôlego.
Pelo menos o meu... e talvez aquilo fosse a coisa mais louca que fiz em minha vida.
Não, com certeza aquilo foi a coisa mais louca que fiz na minha vida...


 

Quando acordei, já eram 05h30 da manhã, me levantei discretamente sem te acordar...
Eu estava tremendamente envergonhada por estar ali.
Peguei minhas roupas, me vesti e saí sem te acordar. Lembro que quando saí da casa da Márcia tinha uns 20 bêbados no corredor, desacordados, e tentei passar sem chamar atenção.

Mas quando cheguei à porta e virei a maçaneta, Luis Rogério, um dos fofoqueiros mais conhecidos do pessoal da engenharia deu um grito:

- Aí Patrícia... senti firmeza, ein?!

Que bosta... ele me viu saindo do quarto. Balancei a cabeça com um sinal negativo, mas àquela altura era burrice tentar explicar ou inventar qualquer coisa ali. Abri a porta e simplesmente fui embora.

No outro dia, na facul, logo na entrada, as pessoas me olhavam e comentavam baixo...
Só se falava nisso, de eu ter passado a noite com no quarto com você... Logo, as meninas começaram a me pressionar:

- Tá saindo com ele?

- Não, não tô!

Tudo aquilo era tão novo e tão louco, na verdade eu não sabia como reagir.

Eu percebi que tentou me procurar no restante daquele mês, mas eu te evitei. Tudo que posso te dizer é que eu estava confusa.

Não sei como conseguiu meu telefone, mas também evitei suas ligações... sim, eu vi as suas ligações... Mas não tinha coragem de atender. Na verdade eu até queria...

Só que mais um mês se passou... E eu continuava sem atender e a te evitar.

E percebi com o tempo que você mostrava os sinais de quem estava desistindo de mim.

 Passava de cabeça baixa, não tentava mais me cumprimentar, e embora eu aparentasse que não ligava, eu estava com o espírito aflito dentro daquele corpo. Tudo que eu queria ia contra tudo que eu sentia, será que é assim o começo de uma loucura? Meu Deus, me ajude...



Aquilo tinha de parar.

Eu já sabia que não podia mais te evitar, e então pela primeira vez, decidi conversar contigo, abrir meu coração e jogar tudo pro alto... Mesmo que custasse o posto de “gatinha” popular. Parece estranho pensar assim na faculdade, mas se pensar melhor vai ver que ainda rola esse tipo de comportamento, mesmo a galera falando que não.
Ninguém assume isso assim, mas que as pessoas pensam, elas pensam, pode ter certeza.

Porém, eu seria diferente agora.

- Foda-se... vou ficar com ele.



Saí de casa decidida aquele dia, senti uma coisa boa, como se fosse um orgulho tomar aquela decisão, porém na aula daquele dia você não foi.

E nem na outra.

E nem na outra... até se completar uma semana.

Descobri seu endereço, fui até sua casa, mas você não estava. Seus vizinhos comentaram ter visto você sair com malas.

Naquele momento, perdi meu chão...
Meus Deu, será que ele foi embora?

Comecei a chorar no caminho de volta...

Como fui tão idiota, tão imbecil? Teria eu, perdido a oportunidade de dizer que eu te amava de verdade?

No outro dia fui ao pessoal do oitavo semestre e conversei com o Alberto, seu amigo. Ele me falou sobre a bolsa de estudos na Itália, e disse do congresso em Milão, que antes que você fosse em definitivo, se encontraria com ele. Então escrevi essa carta, e pedi para que ele te entregasse.

Eu tinha de colocar tudo no papel, para que você entendesse porque eu te ignorei, porque eu não falei... eu sei que foi babaquice minha, mas agora eu posso dizer com toda força das palavras escritas do mundo, como se eu pudesse gritar sem ligar pra ninguém, com uma certeza abundante que:
EU TE AMO VINíCIUS... EU TE AMO... MUITO!!

E, se um dia você puder voltar e perdoar essa idiota... eu vou me perdoar também!

Caso não, que seja feliz com quem te encontrar, e que essa pessoa perceba seu valor, pois eu não percebi.

Peguei uma foto sua de uma rede social, e todo dia acordo olhando pra ela... e também durmo olhando pra ela...

Que Deus te abençoe...

Da sua admiradora mais idiota do mundo. Que no fundo, mesmo casando daqui a 40 anos, sempre vai te amar...



Patrícia.

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* Três meses depois, Vinícius retornava ao Brasil. Na verdade, nunca foi morar na Itália.

Tinha ido apenas ao congresso em Milão, porém como era confidente de Alberto, e este sabia de toda a situação, resolveu punir a garota, como amigo de Vinícius, por tudo que ele tinha passado com ela. Era um susto...

Quando chegou ao Brasil e falou com o amigo, Vinícius correu em direção a Patrícia, explicando tudo. Começaram enfim o namoro e se tornaram noivos.

São Felizes...
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No bar, perguntei pra ela:

- Posso escrever sobre sua história no Blog?

- Pode sim...

- E as populares?

- Meio que a contragosto, serão madrinhas de casamento... junto com a Márcia, claro.

- Depois dessa você vai pagar a conta, toda a conta, e aliás, você nem é tão gostosa assim!

- Vai se danar, Victor!
(Vinícius rachava o bico do outro lado da mesa)

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Se gostou, vote para que vire livro:
http://tinyurl.com/2dneoke
Abraço e até a próxima postagem!



Victor Von Serran.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Série" Histórias de porta de bar" Gênesis.

Estávamos todos entediados com a aula de sociologia, era uma sexta de calor no meio de um inverno de frio intenso, que parecia dar uma trégua.
Saímos todos para o Max.
Pedimos as primeiras cervejas, um clima de descontração invadia aquela esquina, com todos aqueles alunos da ESPM, que pareciam nunca frequentar nenhum tipo de aula. Logo com o tempo, nos sentimos mais a vontade e começamos a falar sobre ridicularidades de cada um. Realmente é legal  falar disso pois cada vez mais há uma alimentação desenfreada do ego. Todo mundo sempre se dá bem e quase ninguém quebra a cara e de repente, tava ali aquela galerona na mesa de bar abrindo o coração falando sem medo de experiências traumatizantes, que superadas valem por boas risadas. A pedido de meus amigos resolvi ocultar os nomes, eles estavam a vontade naquela mesa de bar, mas acredito que na Internet, funcione um pouco diferente. Então, delicie-se com historias pra lá de engraçadas que acontecem no dia a dia dessas pessoas.

Não estranhe se em algum lugar você pode ter cruzado o caminho de  alguns deles...


abraço a todos e até  a próxima postagem com a primeira história.

Victor Von Serran

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Os Exterminadores do Futuro





Ontem, eu tive o desprazer de ver a propaganda eleitoral gratuita, lembrei dos velhos tempos da escolinha do professor Raimundo, aquele programa que passou até uns anos atrás nas tardes da Globo.
Quantos artistas, celebridades e jogadores de futebol conseguirão ocupar a tão sonhada" Câmara dos deputados", a que remetia a época de pessoas comprometidas com as necessidades da população, e que  hoje, serve apenas de refúgio para gente que está fora da mídia e quer morder mais uma das poucas fatias do que sobrou dos nossos impostos.


Quem sabe daqui a alguns anos, a TV Senado, junto com a TV Câmara, dê mais ibope que todos os programas humorísticos da TV juntos. Aliás, se continuar assim até a gente pode virar palhaço... alguém sabe quanto custa um nariz vermelho?



Pelo menos, esse teatro de vampiros não é exclusivo do Brasil. Lá nos States, no primeiro mundo, o governador da Califórnia é o exterminador do futuro. Provavelmente do deles.

Dá vontade de gritar: "povo brasileiro, lugar de palhaço é no circo, e não na plataforma de representantes do estado e do país!"

O Brasil também tá cheio de exterminadores do futuro, mas ainda tenho fé que o povo pode queimar o filme desses vilões. 

Então por favor cidadão, vote consciente, infelizmente o meu futuro aqui depende disso também!

Vamos todos juntos pelo fim do voto obrigatório!

até a próxima postagem.

Victor Von Serran.





 


sexta-feira, 20 de agosto de 2010

" As Crônicas de Von Serran" é indicado pelo jornal Destak

Que noticia boa! O blog foi indicado pelo jornal Destak na seção "Seu Destak".
Segundo os colunistas da seção, a página é tida como "Cheia de histórias, com linguagem fácil e divertida, as crônicas trazem cenas do cotidiano e também algumas reflexões do autor sobre temas contemporâneos.
Agradeço a todos pelas indicações que, segundo o e-mail recebido, passaram do volume normal. Continuem seguindo e comentando, prometo trazer mais do nosso interessante cotidiano.
(Para visualizar clique em cima da foto)

                                                                                      


Um abraço a todos!
Até a proxima postagem.
Segue link abaixo para pesquisa.



Link :pagina 12-seu Destak !

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

História em Terceira Pessoa-Parte Dois

E então ele descobriu que estava infeliz...



Quando mais jovem, em suas buscas espirituais, teve contayo com o budismo. Desde então, apesar de não ser mais budista, frequentava o templo Zu Lay, em Cotia, sempre que podia, pois lá, além da paz que o lugar proporcionava, existia uma amiga muito importante... uma monja chamada Sung Mey.

Sung sempre que podia ligava, gostava do amigo e das conversas que tinham de vez em quando,e nesse período em que ele não aparecia, tentava o contato. Como um raio de sol depois da chuva, Sung ligou e ele contou tudo que estava acontecendo, Sung pediu a ele que a visitasse no templo.

Lá ela disse a ele:

- Digamos que você andou até determinada parte do caminho, e de repente, se dá conta que estava no caminho errado. O que você faz?
Então, ele disse:
- Na verdade não sei.
- A pessoa tem duas opções, disse ela. Na primeira opção,a pessoa decide ficar no caminho que está. Afinal de contas, já foi longe e perdeu muito, ela tem medo de perder mais, então continua e se habitua aos sofrimentos que virão, porque são previsíveis. Talvez e com muito mais chance, se sentirá infeliz, porém, reconfortada, pois no fundo poderia ter perdido mais e sabe disso. Na segunda opção, a pessoa volta e recomeça um novo caminho. Será cansativo, perderá conquistas do outro caminho e talvez já não seja tão jovem, deixará muitas coisas para trás. Os outros irão julgá-lo, irão dizer: "cÊ viu que cara louco? Largou tudo, depois de tanto tempo!". O olhar reprovador vai ser constante, e até quem te ama vai te repreender... será difícil.

Porém esta pessoa, a da segunda opção, voltará a sonhar...
Seus olhos vão brilhar, porque, para ser feliz basta sonhar novamente. Ela não vai ter arrependimentos, mesmo com algum eventual fracasso.

Despediu-se de sua amiga, e saiu do templo.

Tinha tomado sua decisão.


Foi para a casa de sua avó, conversaram um pouco e ela sorriu dizendo a ele:

- Gostei da sua escolha.

Seus irmãos tinham ouvido parte da conversa e aquilo os assustou. Eles sabiam que com o irmão mais velho de volta a casa as coisas iriam mudar. Quando saiu, olhou pra todos... e todos entenderam. Ele não iria tolerar nada que atingisse sua avó.

Chegou em sua casa. Tocou cada movél e lembrou cada história que parte daquela casa tinha. Sentou e por 4 horas a esperou chegar. Quando ela chegou, jogou as coisas na cama e perguntou pra ele um tanto perplexa:
- Não foi trabalhar?
- Não.
- Porque?
- Porque eu tinha de te esperar pra conversar com você.
 - Sobre?
- Sobre eu ir embora.
- O que?
- Você ouviu, eu vou embora...
- Enlouqueceu... o que aconteceu?
- Na verdade, estou infeliz, tentei de tudo pra ficar com você, mas pra mim não dá mais.
- Calma, podemos conversar sobre alguns problemas, não seja precipitado...

Ela, então, já tinha olhado as coisas arrumadas...
Ele disse:
- Tentei te avisar muitas vezes, quanto a ter alguém, é óbvio que eu não tenho, todos esse anos foram complicados, tenho a oportunidade de salvar o resto da minha vida e vou salvar. Dessa vez, sua opinião não vai ser a derradeira. Eu sinto tanto como você mas, se eu ficar, acabo com minha vida... e com a sua!
Já tomei a decisão. Seja feliz.... não há muito mais o que dizer.

Ela estava calada. Começou a chorar, mas não deu tempo... o carro já tinha saído da garagem. Era o fim de mais um casamento.

Três anos depois, ela conheceu outra pessoa. Teve mais dois filhos e é feliz.

Ele não se casou, mas vive intensamente sua vida. Saiu do país por um tempo, viajou bastante, conheceu inúmeras mulheres, voltou a fazer universidade, e dessa vez o curso que queria. Hoje, ele tem um namoro de dois anos, ele ama ela, mas agora marca bem os passos. Não se arrepende.

Ser feliz para sempre é muita coisa... Talvez nem seja nossa realidade... mas que a gente pode sempre recomeçar... isso os dois garantem.

"Quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração?"
Dado Villa-Lobos



Até a próxima postagem!


Victor Von Serran

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

História em terceira pessoa-Parte Um

Gostaria de agradecer a todos pelos comentários e pelas incursões ao meu blo. Queria agradecer também pelas indicações para os selos... vocês me motivam a escrever. Para quem gostou do post sobre o dia dos pais, este é também pessoal e sobre relacionamento... espero que gostem da série que será dividida em duas partes por ser mais longa.... abraços e curtam mais uma parte da história de alguém que conhecem bem. Sigam-me os bons!









Era uma vez, um homem e uma mulher...



Os dois trabalhavam em um hospital da Zona Oeste de São Paulo, e lá se conheceram. Ele tinha 19, ela tinha 26. Ele era radiologista e ela auxiliar de enfermagem. Depois de milhares de xícaras de café, toparam de sair pra conversar melhor. Passaram o ano novo na paulista, juntos.

Ele era o mais velho de 4 irmãos, era um típico baladeiro de plantão, gostava de Rock e morava em Osasco. Ela não era adepta de rolês longe da família, já tinha um filho e vinha de um relacionamento tumultuado. Só ouvia pagode.



Tantas diferenças não adiantaram... engataram um romance.



A família dele não aceitou que ficasse com uma mulher mais velha que já tinha um filho, enquanto que na família dela, achavam que ela poderia conhecer alguém melhor. Ambos ignoraram e seguiram com o namoro. Pareciam estar apaixonados.



Ele tinha um afeto especial pelo filho dela, e a criança respondia àquele afeto com uma ligação única, via nele um bom pai e companheiro. Ela estava feliz pela cumplicidade dos dois. Nem todo mundo tinha a sorte dela de arrumar uma pessoa que gostasse tanto do seu filho. Tudo parecia caminhar como queriam, mas o pai do menino apareceu e exigiu o direito de ver a criança, o que era garantido por lei.



Judicialmente resolvida a questão, o pai pegava o garoto nos finais de semana.

Ele começou a notar que toda vez que o menino era pego pelo pai, havia uma confusão. A grande impressão que dava era que ela ainda gostava do pai da criança, pois os motivos eram de forma banais e sem critério.



Disse à ela que se aquilo continuasse, que se ele sentisse que ela realmente não estava com ele por amor... iria embora e terminaria o relacionamento.



Percebendo que seu futuro com ele estaria em risco, reavaliou seu comportamento e pediu uma chance de demonstrar que tudo que ela sentia pelo pai do menino era raiva. Ele cedeu e percebeu com o tempo que ela o amava, e que só sentia uma espécie de raiva do pai do menino.



Passado determinado tempo, se casaram.



Á princípio, pelas dificuldades financeiras, foram morar com os sogros, os pais dela. Ele sempre foi contra, mas ela dizia ser a melhor escolha para aquele momento. Mais uma vez ele cedeu.

Vieram inevitavelmente problemas de convivência, onde logo perceberam que morar com familiares seria desgastante. Alugaram uma casa, porém, ela tinha de ser próxima à sogra, exigência dela por dizer que sua mãe seria a melhor escolha para cuidar do filho e da casa caso ela não estivesse. Mais uma vez contrariado, ele aceitou.



Mesmo longe de sua família, algumas intrigas continuaram. A sogra sempre mentia sobre alguma coisa envolvendo ele. Brigavam bastante, mesmo ele sempre provando as mentiras dos parentes. Era muito fácil fazer a cabeça dela. Seus amigos o criticavam no trabalho, pois ele conhecia mulheres maravilhosas e não se envolvia com nenhuma. Para ele, o namoro já era uma situação de respeito, imagine então um casamento. Sempre respeitou seus votos. Geralmente, em um casal, um dos parceiros sempre cede mais para que as brigas terminem, no caso deles, era sempre ele. Pagava as contas, o aluguel e comprava alimentação com um tíquete gordo que recebia da empresa. Ela pagava os dois carros que tinha comprado, um para ela e outro para o pai dela. Ele não se importou, gostava dela e não arrumaria caso por isso. Logo, a ambição dela cresceu, queria ter mais coisas, mais dinheiro, melhor vida em curto prazo. Arrumou três empregos.



Ele não aceitou, disse que poderiam crescer bem trabalhando cada um em um emprego. Ela o chamava de sossegado demais, de acomodado. As brigas foram ficando cada vez mais intensas e ela incursou nos três empregos. A opinião dele já não era importante.



Não só ele, mas a criança sentia falta da mãe,e ficava o tempo todo com a avó. As discussões começaram a ser evitadas, pois era cada vez mais difícil se encontrarem.



Como se não bastasse os problemas conjugais, sua avó, que cuidou dele como um filho, começava a ficar doente. Ele por estar longe, não podia acompanhar direito, e isto o matava por dentro, era cada vez mais impotente frente às situações que passava, seus irmãos começaram a usar drogas, por influência de maus amigos... tudo parecia estar errado.

Foi nesse ponto que descobriu que estava infeliz!








Continua na próxima postagem, abraço à todos!




Victor Von Serran

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Luke... eu sou seu pai !

Começar o texto com a célebre frase de George Lucas, da trilogia Star Wars, resume em parte o que eu resolvi escrever hoje. Na primeira trilogia (houve duas), no final do último filme, Luke descobre que Darth Vader, seu inimigo, não era nada menos que o seu próprio pai, e com espanto, se recusou a acreditar. Seu pai se revela seu oponente, mas no final acaba salvando Luke das artimanhas de um lord negro. Falar sobre pais e filhos é sempre pesado e o que vou colocar aqui para que vocês possam ler, é extremamente pessoal, mas existe um motivo importante para que eu faça isso: conscientizar você que já é pai ou quer ser, sobre a importância de um pai na vida de alguém.

Em 1989, eu fiquei orfão de meus dois pais. Naquela época eu só tinha 8 anos.

Foi um acidente letal, e suas consequências foram enormes. O motivo aparente foi a imprudência do meu pai. Na verdade, as escolhas que ele fez levaram  àqueles acontecimentos. Após o acidente, onde eu estava, segui para casa de minha avó que aceitou de bom grado continuar comigo e mais tres irmãos. Sem hesitar, ela cuidou das crianças prontamente, enquanto alguns tios ja pensavam em internar a gente em alguma espécie de colégio interno, mas em parte, pra se livrar de algum tipo de responsabilidade. Ela já tinha cuidado de quatro filhos sozinha na juventude, por ter sido abandonada pelo meu avô. Agora ela tinha essa nova responsabilidade, que não era fácil pra ninguém.

Os anos que se seguiram foram difíceis, minha avó era aposentada. Já é complicado um aposentado sobreviver sozinho no Brasil, agora, imagine com mais quatro crianças para cuidar. Chegamos a morar com alguns tios, mas não deu certo. Alimentação e educação eram coisas que tínhamos dificuldade em ter, e por mais que minha velha tentasse, algumas lacunas não eram preenchidas.
Crescer sem uma presença masculina na casa é devastador, a carência e a desinformação levaram meus irmãos a ter contato com drogas, o que quase matou eles. Eu cresci em um ambiente hostil, não tive a oportunidade de me desenvolver plenamente e acabei ficando agressivo e amargo. Cinco anos depois, tudo era caos. Eu e minha avó estávamos no olho do furacão.

Foi quando comecei a ler bastante e comecei a questionar sobre a minha vida, as indagações de como e quando eu tinha chegado àquela situação.
Nesse instante, só me veio uma resposta... Meu pai.

Meu pai não era um santo, seu envolvimento com drogas causou muitos transtornos para minha avó e para minha mãe, que eu sempre  encontrava chorando em algum lugar escondido de casa. Ele não era presente, sempre estava com amigos, e dava mais atenção à eles do que à nós, de sua própria família. Foi por causa de um desses amigos que meu pai, e interligadamente, minha mãe não estão conosco neste momento.
Então, como reação a essa reflexão, eu resolvi tirar a simples lembrança do meu pai da minha vida. Como se ele nunca tivesse existido. Ele fez escolhas erradas e não pensou nos filhos. No fim, pra mim era justo.

Sempre que alguém me perguntava sobre meu pai eu mudava de assunto, na escola, dia dos pais era sinônimo de dia de falta, como se fosse um feriado pra mim. A simples menção do nome dele me assombrava. Mas veio o tempo... e com o tempo, ele sumiu.
Então, chegou a fase de grandes descobertas, meus novos amigos preenchiam um espaço importante na minha vida, me apoiavam, comecei a ler compulsivamente e descobri que os grandes nomes da humanidade passaram por coisas similares a mim. Até os maiores heróis dos quadrinhos eram orfãos. Eu podia recomeçar,e construir uma vida melhor. Eu devia e ia seguir em frente.

Perto dessa fase, comecei a ter questionamentos espirituais. Nasci católico,mas nunca fui praticante, então migrei para o espiritismo, depois para o ocultismo, fui para diversas sociedades secretas (que em parte não eram tão secretas assim), passei pelas religiões orientais, e tive um flerte maravilhoso com o budismo... mas no fim das contas acabei no protestantismo.
Nessa época fui a um evento da igreja, em uma fazenda aqui no interior de São Paulo, e lá passei por um encontro. Nele encontrei práticas que eram do ocultismo, como o jejum de voz e as reflexões. Então, veio a parte das palestras... e nelas havia uma, que me chamou a atenção particularmente, se chamava... PERDOE O CARA!

Como se tivesse entrado em um transe, comecei a ouvir as palavras daquele discurso, nesse momento, fui levado a algum lugar do meu subconsciente onde vi meu pai, desde seu primeiro ano de idade até o dia de sua morte. Lá eu vi uma criança que cresceu sem pai também, que passou dificuldades, igual a mim, que não teve as oportunidades que me foram dadas. Que fez escolhas ruins por que em algum momento da sua vida só tinha aquelas escolhas... um cara frágil, que tinha de se fazer de forte. No final, só mais uma pessoa triste...

Então eu cai no chão e chorei por duas horas.

Houve uma preocupação por parte do pessoal da igreja sobre meu estado... naquele momento, eu tinha perdoado meu pai, e tinha pedido perdão a ele. Era como se um enorme peso tivesse sido deixado para trás. Nessa semana, eu fui a lápide dele e conversei como se fosse uma pessoa viva. Mas eu, com certeza, não estava louco, só fazendo as pazes... tudo bem se você deu risada agora.

Com o tempo eu saí da igreja e do protestantismo, acredito que tem lugares e coisas por onde você deve passar para crescer, e depois continuar seu caminho. Hoje, as coisas melhoraram, meus irmãos estão (relativamente) bem, e eu, estou cursando a universidade que sempre quis fazer, com autonomia para crescer e me desenvolver plenamente. Encontrar força em um momento de tristeza te prepara para qualquer coisa que você poderá passar. Hoje, me sinto indestrutível.

Porém, se você pensa em ser pai, ou já é um, abrace aqueles que te amam, não só hoje, mas sempre que puder... e dê valor à eles... todo Darth Vader traz o equilíbrio da força no final da história.
Sempre há tempo para mudar e perdoar. Quando você não perdoa alguêm, você leva essa pessoa com você...

Agora uma mensagem para você, velho...
descanse em paz... aonde quer que você esteja!



"É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã!"
Renato Russo.



Até a próxima postagem!
Victor Von Serran

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Queremos o Particular !


Esse é meu segundo texto no blog, e lendo alguns outros percebi algumas coisas que me desmotivaram a continuar, como o excesso de informação contínua, que pareciam mais informativos do que postagens, textos enormes e cansativos, que mais enrolavam do que qualquer coisa. Tive a impressão que o papel dessa ferramenta de comunicação tinha várias funções, menos a de expressar acontecimentos pessoais de quem posta.
Acredito que a internet é, e vai continuar sendo, a maior experiência democrática da história da humanidade, pelo fato de aproximar pessoas comuns como nenhum outro veículo fez antes, e essa característica, lhe dá poder eminente, porém, existe o contraste, essa ânsia do "preciso ser visto ou lido" que acaba trazendo uma consequência: abrir mão do universo próprio para se tornar uma imitação de jornais, noticiários e qualquer outra coisa, menos a autenticidade de ser você mesmo.
A pergunta que faço a todos é: qual é a verdadeira função de um blog? Nos tornarmos imitações e reciclar notícias já entregues pela mídia? Não, com certeza não é isso.
Eu peço às pessoas que postam para que busquem seu universo particular, que mergulhem dentro de seus próprios corações para gerar essas verdadeiras experiências que procuramos com tanto fervor. Que não escrevam textos longos e cansativos, porque na verdade ninguém lê, que se mostrem mais sinceros, pois isso vai fazer a diferença para aqueles que procuram de verdade algo para somar em suas vidas. Tem uma coisa, quando você vê um blog ruim, você aprende também... como não fazer.


Até a proxima postagem !


Victor Von Serran